sábado, 20 de fevereiro de 2010


Postado por Valéria:




" Dizia o poeta: "Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é"




Encontrei um velho amigo, não velho mais amigo há muito tempo e entre um café e outro falávamos sobre nossas desventuras amorosas (desventura isso sim é um termo velho). Ele falava sobre sua ex mulher e eu sobre o ex marido, aquilo de bom e ruim que havia em cada um. Eu me lembrei que nunca fui um grande cozinheira, ele nunca foi um amante fiel, por fim ele disse, "ela não aguentou esse meu jeito..." e fiquei pensando naquilo que não somos, enquanto somos alguma coisa. O homem infiel pode ser um bom amante para muitas mulheres, a mulher cuidadosa pode cuidar de muita gente e não dar atenção necessária pra algumas coisas. O não ser bom num critério não nos exime de outras exigências; mas chegarmos aos 40 e poucos anos nos permite não sermos completos e aceitarmos aquilo que somos. Parece que deixamos de ser tão exigente conosco e aceitamos o que realmente somos. Sentir a dor do que não somos e a delicia de ser o que é consiste o grande segredo. Algumas pessoas passam a vida delegando ao outro sua própria felicidade, esquecendo-se de que habita em nós a arte de ser feliz. Outros, mestres na arte da negociação, encontram nas virtudes sua realização e abandonam a busca pelo perfeito e outros ainda, vivem em constante peregrinação na busca pela felicidade e quem sabe o parceiro ideal. Talvez meu próximo marido deva ser cozinheiro e eu suportaria um mal amante? Quem sabe...."

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


" Outro dia conversando com minha amiga Dailsa, falávamos sobre a necessidade de conhecermos alguém novo. Estou ficando acomodada e feliz com a vida sozinha, e isso é perigoso, posso pensar que homem é desnecessário e quando acordar sentir só o desejo sem resistência física para concretizar mais nada. Dailsa, pode me matar com seu mal humor dos últimos tempos e se não arrumar um parceiro, ela vai acabar canalizando em mim essa sexualidade transformada em agressividade: precisamos arrumar um namorado, com urgência. Numa de nossas conversas Ayres nos convida a conhecer a Limelitgh. Casa noturna frequentada por quarentões, boa pinta. Finalmente resolvemos ir ate lá e mudar um pouquinho essa mania que só o Charles salva. No dia seguinte, sentada na varanda de casa, comecei a imaginar como seria esta tal casa noturna e a imagem que rapidamente me veio a cabeça foi a cena da Cinderela. Que conto de fadas mais se aproxima de nossa realidade,senão nossa princesa? Limelitgh como o Charles, são o grande salão, com muita gente em volta, vendo as princesas procurar seus príncipes. As abóboras travestidas de charretes (carros) carregam hoje várias princesas que não contam com uma abóbora pra transformar. Cristal está em falta, mas quebra-se o galho com botox e silicones, hoje investimentos mais valorizados e apropriados que os longos vestidos rodados. Chegamos ao grande salão, procuramos o príncipe por todo lado, eu e todas as que estão no salão. Algumas no decorrer da noite perde a paciência e bebe, acreditando que seu príncipe faltou ao baile e aí qualquer fidalgo possue nobreza substituta. Algumas "valsas" mais tarde alguns casais acreditando ter encontrado seu par ou algo que o valha, embriagados pelo desejo ou pelo saquê, saem juntos para uma noite experimental, na esperança que em seu leito, no dia seguinte, estejam mais príncipes que sapos. Mas o brejo pode ter novo endereço na noite seguinte e quem sabe lá no Bar do Nelson, não seja diferente... "


Postado por Valéria:

" Há dois anos, numa sala de bate papo conheci o "Viúvocarente". Homem gentil, educado e em alguns momentos me chama carinhosamente de "meu anjo", pareceu-me tão tranquilo que resolvi dar meu verdadeiro email para conversarmos. Nunca mais conversamos. Dois anos depois ele me chama no msn e pergunta como me conheceu, pois não se lembrava. Me diz que é viúva há 3 anos, mora sozinho e seus filhos são casados. Diz que quer uma companhia e não uma companheira, mas que mal há de conhecer alguém seguro e que sabe o que quer na vida.Aos poucos iniciamos diversas conversas que culminaram numa proposta "vamos nos conhecer..." Amante das massas e dos vinhos. Ele passa a me despertar curiosidade e interesse, como ele será? É bem mais velho que eu, pois tem 68 anos, me pergunto se é tão mais velho assim, lembro de parentes com idade próxima e que sejam social e sexualmente ativos, vejo que talvez seja um pouco de preconceito meu. Em uma conversa falo de minha viagem de ferias e ele me conta suas desventuras pela América Latina, vejo que tem certa cultura e experiências de vida interessantes. Algumas noites depois sonho com ele, por um momento é um homem sedutor e cheio de charme, noutro, um idoso sem muita articulação física, e sexualmente impotente, penso: sexo não é tudo na vida, mas por outro lado, é muito bom.. De repente ele desaparece por 4 dias do msn, fico curiosa, será que foi viajar? será que está com outras mulheres que conheceu? Com a família? De repente aparece meu quase príncipe, dizendo que tem ido com frequência a casa de sua filha, nada de extraordinário aconteceu, apenas atenção especial para uma filha grávida. Começo a pensar que finalmente poderei esquecer todos meus ex. Quem sabe agora conheço alguém interessante, maduro, seguro de si. Perguntei a ele porque não há fotos em seu msn e de repente ele convida a webcam. Ufa, finalmente meu charmoso senhor resolve dar as caras, será um Jorge Maia ou António Fagundes, mais forte e encorpado? Lá está meu cavalheiro de óculos e de herói fisicamente se parece muito com Dom Quixote. Velhinho na aparência que me sucinta um pedido de bênção. Beijar? só se for as mãos em sinal de respeito. Mas como de sonhos também se vive, vou continuar minha busca? "